Crise na
Venezuela é tema de reunião em Brasília conduzida por Araújo
Conversa durou
cerca de seis horas no Itamaraty
Publicado em 17/01/2019 - 16:06
Por Pedro
Rafael Vilela e Paula Laboissière - Repórteres da Agência Brasil Brasília
A reunião coordenada pelo
ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, no Itamaraty, com
oposicionistas e críticos do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, além de
representantes de países do Grupo de Lima e dos Estados Unidos, durou cerca de
seis horas. Após o encontro, eles almoçaram.
A conversa, a portas fechadas,
ocorreu no dia seguinte ao encontro dos presidentes Jair Bolsonaro e da
Argentina, Mauricio Macri.
Em discussão, alternativas para a
crise política e econômica que se instalou na Venezuela, gerando
desabastecimento, fuga de famílias e denúncias de violação de direitos. Para
líderes internacionais, o governo de Maduro não tem legitimidade, pois há
dúvidas sobre a lisura do processo eleitoral.
Em declaração à
imprensa após a reunião de ontem (16) com Bolsonaro, no Palácio do
Planalto, Macri disse que os governos brasileiro e argentino compartilham
preocupação com a situação dos venezuelanos. De acordo com Macri, Bolsonaro e
eles reafirmaram a condenação ao que chamaram de “ditadura de Nicolás Maduro”.
“A
comunidade internacional já se deu conta: Maduro é um ditador que busca se perpetuar no poder com eleições
fictícias, encarcerando opositores e levando os venezuelanos a uma
situação desesperadora”, afirmou Macri. “Reiteramos que reconhecemos a
Assembleia Nacional como a única instituição legítima na Venezuela, eleita
democraticamente pelo povo venezuelano”, completou o presidente argentino.
Parlamento
Há dois
dias, a Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela aprovou um acordo,
classificado de histórico pelos parlamentares, em que é declarada “formalmente a usurpação da Presidência da República"
por Nicolás Maduro. A moção estabelece ainda a anulação de “todos os supostos
atos emanados do Poder Executivo".
A decisão foi tomada após
a prisão e libertação do presidente do Parlamento venezuelano, Juan
Guaidó, um dos principais opositores de Maduro.
Grupo de Lima
No começo
do mês, integrantes do Grupo de Lima, com exceção do México, aprovaram uma
declaração em defesa da tomada do poder pelo Parlamento da Venezuela,
promovendo eleições imediatas e afastando Maduro do governo.
Edição: Nádia Franco
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