PGR pede
prisão de Jucá, Sarney, Renan e Cunha; advogado nega conhecer pedido
- 07/06/2016 10h15
- Brasília
Karine
Melo - Repórter da Agência Brasil
O procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão do presidente
do Senado, Renan Calheiros, do senador Romero Jucá (PMDB-RR), do ex-senador
José Sarney (PMDB-AP) e do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, por
tentativa de obstrução das investigações da Operação Lava Jato. As informações
foram divulgadas hoje (7) pelo jornal O Globo. O caso será analisado
pelo ministro do Supremo Teori Zavascki.
O advogado dos senadores Romero
Jucá (PMDB-RR) e do ex-senador José Sarney (PMDB-AP), Antonio Carlos de Almeida
Castro, o Kakay, disse hoje (7) à Agência Brasil que ainda não tomou
conhecimento do pedido de prisão de seus clientes.
Segundo o jornal O Globo,
os pedidos estão com o ministro há pelo menos uma semana. Apesar da repercussão
do caso, as assessorias do Supremo Tribunal Federal e da Procuradoria-Geral da
República não confirmam os pedidos de prisão.
Saiba
Mais
“Daquilo que eu vi que foi
causado, não existe sequer "en passant" qualquer tentativa de
obstrução de justiça de interferência na Lava Jato. É um momento delicado, se
tiver um pedido, eu prefiro não acreditar que tenha, tenho confiança que o
Supremo Tribunal Federal não vai determinar uma medida tão drástica em razão
das gravações que foram expostas. Mas eu prefiro esperar. Eu estou em Londres,
voltando agora.Vou antecipar minha viagem [de retorno a Brasília]”, disse o
advogado.
Perplexidade
Kakay também falou da conversa
que teve hoje (7) com Jucá e Sarney. “Eles estão perplexos, mas confiantes de
que talvez não seja sequer verdade isso. É claro que tem a perplexidade porque
imagina uma gravação daquelas, sobre as conversas que vazaram, não justificaria
nunca uma tentativa de obstrução”, ressaltou.
A assessoria do senador Romero
Jucá disse que, por enquanto, não há nenhuma manifestação direta do senador
sobre o assunto. Ontem (6), Jucá disse, em nota à imprensa, que, em relação à
informação de que o Ministério Público Federal solicitou investigação ao
Supremo Tribunal Federal (STF) pelas questões levantadas pelo ex-presidente da
Transpetro, Sérgio Machado, que está “à disposição para prestar qualquer tipo
de esclarecimento e informação que possa restabelecer a verdade dos fatos”. O
senador acrescentou que colocou à disposição da Justiça seus sigilos fiscal,
bancário e telefônico.
“Estou vivendo uma situação
absurda, sendo atacado pelos meus adversários políticos e tendo que aguentar
calado todas as formas de agressões, uma vez que não posso me manifestar sobre
algo que ainda não tenho conhecimento na íntegra. Isto não condiz com um
ambiente democrático e de direito de defesa”, disse Jucá em nota.
Procuradas pela Agência Brasil,
as assessorias de imprensa de Renan Calheiros, José Sarney e Eduardo Cunha não
se pronunciaram.
Edição: Kleber Sampaio
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