Número de
refugiados e migrantes da Venezuela chega a 4 milhões
Publicado em 07/06/2019 - 16:50
Por Deutsche
Welle (agência pública da Alemanha) Berlim
O número
de venezuelanos que deixou o país chegou a quatro milhões, divulgaram nesta
sexta-feira (7) em um comunicado a Organização Internacional para as Migrações
(OIM) e a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Os
venezuelanos são o segundo maior grupo populacional deslocado do mundo, ficando
atrás apenas dos refugiados sírios, que alcançam 5,6 milhões de pessoas.
Desde o
agravamento na crise no país governado por Nicolás Maduro, o ritmo de saída de
população da Venezuela tem crescido de maneira acelerada.
De cerca
de 695 mil no final de 2015, o número de refugiados e migrantes venezuelanos
disparou para mais de 4 milhões até meados de 2019, segundo dados de
autoridades nacionais de imigração e outras fontes. Em apenas sete meses desde
novembro de 2018, o número aumentou um milhão, explica a nota.
Os países
latino-americanos recebem a grande maioria dos venezuelanos: Colômbia (1,3
milhão), o Peru (768 mil), Chile (288 mil), Equador (263 mil), Brasil (168 mil)
e Argentina (130 mil). O México e os países da América Central e do Caribe
também recebem um número significativo de refugiados e migrantes da Venezuela.
"Estes
números são alarmantes e ressaltam a necessidade urgente de apoiar comunidades
de amparo nos países receptores", comentou o representante especial da
Acnur-OIM para refugiados e migrantes venezuelanos, Eduardo Stein.
Stein
elogiou países da América Latina e do Caribe "por fazerem parte da
resposta a esta crise sem precedentes", mas acrescentou que eles não podem
continuar sozinhos, sem ajuda internacional.
Ambos os
organismos tentam prestar parte desse apoio através de um plano regional
lançado em dezembro, e que pode permitir ajudar 2,2 milhões de venezuelanos nos
países receptores e 580 mil pessoas em comunidades de amparo em 16 países.
Porém, o maior problema é o escasso financiamento que o plano recebeu, já que
somente 21% do orçamento planejado foi coberto.
Há alguns
anos, a Venezuela está em uma grave crise econômica, acirrada por
instabilidades políticas. No mês passado, o Banco Central da Venezuela (BCV)
rompeu um silêncio de três anos sobre os dados econômicos do país e informou
que a inflação chegou a 130.060% em 2018. A instabilidade política fez com que
o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, fosse proclamado
pela Casa como presidente interino do país em 23 de janeiro, durante um
protesto contra o governo de Nicolás Maduro em Caracas. Guaidó é reconhecido
como presidente por mais de 50 países, entre eles, Brasil e Alemanha.
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Edição: Valéria Aguiar
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