Chimoio:
Adultos violam menores movidos por rituais obscuros
Última Actualização julho 08, 2019
Abuso de crianças, Rede Came,
Moçambique
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O número de crianças violadas
sexualmente, por parentes mais velhos, movidos por superstição aumentou
consideravelmente na província moçambicana de Manica, informou à VOA, esta
segunda-feira, 08, a polícia local.
Muitos
homens estupram crianças, geralmente netas, enteadas e sobrinhas, alegando que
tal iráfacilitar o enriquecimento ilícito, curar a doença de sida, entre outras
justificações sem fundamento.
“Estamos a notar o recrudescimento de
violação de menores” disse Mário Arnança, porta-voz da Polícia de Manica,
acrescentando que há indícios de bruxaria nos casos registados nos últimos
dias.
Dados da Polícia indicam que três
casos foram reportados pelas autoridades apenas este mês de Julho em Manica.
Outros vários foram reportados ao longo do primeiro semestre do ano.
O caso mais recente foi na
sexta-feira, 5, quando um jovem de 19 anos foi detido pela Polícia de Manica,
por ter violado sexualmente seis sobrinhas, com idades entre um e oito anos,
supostamente para curar da sida.
O suspeito foi denunciado pela própria irmã e mãe de três das vítimas, após ter recebido alerta de uma das crianças cansada de abusos, e de descobrir lesões nos órgãos genitais das menores.
“O jovem foi detido na sexta-feira,
quando acabava de abusar uma das crianças na casa de banho da residência, e foi
denunciado por uma outra menor (também vítima) que flagrou o acto” explicou
Arnança.
As menores eram filhas de dois irmãos
mais velhos do suspeito, e viviam em duas casas, nos arredores de Chimoio, a
capital da província.
Na quarta-feira, 3, um homem de 46
anos foi detido pela Polícia da República de Moçambique (PRM) por ter violado
sua enteada de três anos, para cumprir um ritual de enriquecimento fácil.
O violador, desempregado,
aproveitou-se da ausência da mãe para praticar o crime. Estuprou a criança
quando esta se encontrava deitada a descansar, após a refeição.
Na segunda-feira, a Polícia deteve
outros dois jovens indiciados de violar duas adolescentes de 15 e 17 anos de
idade, supostamente, com intenções de verem os lucros dos seus negócios
aumentarem.
Em
declarações à VOA, Cecília Ernesto, activista da organização não-governamental
Levanta Mulher e Siga o seu Caminho - Lemusica deplorou o recrudescimento de violações
e apelou para uma mudança da postura da sociedade.
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