Turquia
provoca risco de guerra com participação do Irã e Rússia, adverte parlamentar
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2016/ MUSTAFA OZER
10:52
15.02.2016(atualizado 17:36 15.02.2016)
A Turquia encontra-se na situação
de impasse, o Ocidente não lhe garante apoio e há o risco potencial de uma
guerra com participação do Irã e “o que é ainda pior, da Rússia”, disse à RIA
Novosti nesta segunda-feira (15) o presidente do Comitê Internacional do
Conselho da Federação da Rússia, Konstantin Kosachev.
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2016/ Tarik Tinazay
“As ações da Turquia são em muitos aspetos
explicadas pela situação de impasse no qual se encontram as suas
autoridades. O impasse foi provocado pelo fracasso do objetivo principal – a
derrubada do regime de Assad e a opressão da população curda daquele país. O
primeiro objetivo não é declarado como principal pelos aliados ocidentais de
Ancara e o segundo nunca o chegou a ser para eles”, sublinhou Kosachev. Em vez
do regime pode cair Aleppo (que está nas mãos de militantes neste momento) e
“isto significará a retirada prática da Turquia para fora do processo sírio”,
acrescentou.
Segundo Kosachev,
as autoridades turcas podem nestas circunstâncias elevar drasticamente a
parada e realizar uma agressão direta com apoio saudita.
“Mas a Turquia deve saber que não
lhe está garantido apoio do Ocidente (eles apostam em negociações e um
agravamento não lhes convém); há risco de haver uma verdadeira guerra —
com a participação potencial do Irã e,o que é ainda pior, da Rússia, que já
provou as suas capacidades, assim como a prontidão e possibilidade de
as usar”, sublinhou o presidente do Comitê Internacional do Conselho da
Federação da Rússia (câmara alta do parlamento russo).
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REUTERS/ Russian Defence Ministry
Além disso, o exército da Síria, apoiado pela
Rússia, terá todos os motivos de prestar pleno apoio a todas as forças que
se venham a opor à agressão turca. Em primeiro lugar, trata-se dos curdos, que
são provavelmente o jogador mais potente na zona da potencial ofensiva turca,
opina Kosachev.
“Se se der armas aos curdos…
as suas forças se transformarão em um obstáculo sério aos planos da
Turquia até sem intervenção direta da Rússia – com a sua própria guerra de
guerrilha no leste da Turquia”, opina o parlamentar.
“É errado pensar que a lógica
leva inevitavelmente à guerra. Mas, infelizmente, muito (senão tudo) depende de
até onde Erdogan está disposto a levar a Turquia. E isto é o mais perigoso
porque a situação depende em 90 por cento do fator subjetivo de uma figura (ed:
Erdogan)”, explicou Kosachev acrescentando que há pela frente um trabalho
difícil tanto ao nível diplomático quanto militar para persuadir a Erdogan a
não atravessar esta linha perigosa.
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2016/ AFP PHOTO / HO / SANA
Lembramos que, no dia 24 de novembro, um caça F-16
turco abateu um bombardeiro Su-24 russo com dois pilotos a bordo no espaço
aéreo sírio quando este regressava à base de uma operação antiterrorista. Na
ocasião, Ancara alegou que a aeronave russa havia entrado no espaço aéreo da
Turquia. Tanto o Estado-Maior russo quando o Comando de Defesa Aérea da Síria
confirmaram que o jato russo nunca esteve no espaço aéreo da Turquia. As
relações russo-turcas se deterioraram na sequência do abatimento do avião
russo.
Nas últimas semanas o Ministério
da Defesa da Rússia manifestou suspeitas de que a Turquia possa estar
realizando preparativos para invadir a Síria, alegando grande concentração de
material bélico turco perto da fronteira com este último país.
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